quinta-feira, 26 de junho de 2014

Um povo que trabalha feliz!

Falando um pouco de comportamento, depois desses quase 2 meses de vivência aqui em Montreal, podemos dizer que um comportamento das pessoas aqui tem nos chamado bastante atenção: a felicidade aparente das pessoas que trabalham atendendo o público.


Embora o nosso tempo aqui ainda seja relativamente curto, vemos isso todo o dia. Acredito que em parte seja influência do verão que acaba de se instalar de vez, ainda mais depois de um inverno tão rigoroso como o último. Mas acho que isso é apenas um dos ingredientes... não sei exatamente o que compõe isso, se é o povo sair do trabalho no geral as 16h30 (horário do rush aqui.. rsrs), ou se é porque aparentemente há mais funcionários por cliente do que eu estava acostumado a ver no Brasil. Só sei que é bem interessante, para falar a verdade tem sido bem estimulante conviver nesse ambiente.

A impressão é que o trabalho não é o principal foco das pessoas aqui, mas sim uma vida cotidiana bem vivida. É muito bom ver os parquinhos lotados nos finais de tarde com os pais e seus filhos brincando depois do trabalho, ou o povo simplesmente lendo um livro, lagarteando no sol (que vai firme até as 20h). As atividades culturais que se acumulam e te dão tantas opções que você fica até confuso!

O mais contrastante para nós, são os servidores público. Parece que estes então são mais felizes que os demais mortais... infelizmente tão diferente do atendimento no Brasil. Até começamos a considerar mais seriamente um emprego público.. rsrs.

Bom não sei se é encantamento de imigrante recém-chegado em pleno o verão, mas sei que tem sido uma experiência maravilhosa até aqui. Pode até ser que o inverno seja rigoroso aqui, mas que esse povo sabe aproveitar o verão, ah eles sabem!


quarta-feira, 18 de junho de 2014

Carteira de motorista - desmistificando o MITO!!! - parte 2: Dificuldade da prova

Bonjour mes amis,

Continuando o tema da carteira de motorista, vamos ao segundo mito que, para mim ficou mais claro que é realmente um mito: a dificuldade das provas, principalmente a prática.

Mito 2: A prova é difícil de passar (experiência: nem um pouco)

Prova teórica
Não tem nenhum segredo, é uma prova simples, com questões de múltipla escolha feitas diretamente no computador. A prova pode ser feita tanto em francês, como em inglês, você escolhe no próprio computador em que fará a prova e, o melhor, você pode mudar de um para o outro no meio da prova. Isso ajuda muito quando você não entende bem aquela palavra como "embreagem" que em inglês aparece como "clutch, mas em francês é "embrayage". Aí fica mamão-com-açúcar... rsrs

Bom a prova não tem segredo e nem pegadinhas, mas é necessário estudar um pouco, principalmente placas e os semáforos que são diferentes do Brasil. De resto, as questões são meio óbvias e basta você ter em mente que a resposta certa será sempre a que indicar o comportamento mais seguro.

A prova é dividida em 3 partes, as duas primeiras com 16 questões, onde você pode errar até 4 e a terceira com 30 questões e a possibilidade de errar até 8. Caso você não passe em algumas das etapas, não tem problema, você pode fazer as outras e, passando, remarca o teste para fazer apenas a parte em que não conseguiu o número de acertos necessários.

Para se preparar para a prova, eles indicam dois livros. Você pode comprar, pegar emprestado, ou mesmo pegar numa biblioteca. Acho válido, mas eu não utilizei nenhum deles. O que eu fiz foi o simulado da prova teórica disponibilizado pelo próprio SAAQ. Esse eu recomendo fortemente, pois as questão são praticamente as mesmas que caem na prova, e ele te dá toda a explicação da resposta correta. É como estudar para prova de matemática com lista de exercícios.. rsrs

Prova prática
Essa é o terror de muita gente. Bom, para quem já dirige há algum tempo (como é o caso da maioria dos imigrantes) não tem muito segredo também. Algumas pessoas se apegam aquela experiência terrível dos 18 anos tirando carteira no Brasil  projetam para cá... Calma, lembre-se, você não tem mais 18 anos já faz algum tempo e aqui não tem aquele velho esquema de pagar para passar (pelo menos nunca vi nem ouvi falar, já no Brasil me lembro bem do cara da autoescola falar na minha cara que ninguém passa de primeira sem "adiantar um". Num paguei e passei, mané).

Aqui o avaliador simplesmente quer saber se você dirige de forma segura para os padrões deles e isso inclui, além das diferenças de sinalizações, o famoso 'shoulder check" que consiste olhar para trás mesmo, por cima dos ombros, para checar o ponto cego do carro toda vez que você for fazer qualquer conversão, inclusive mudança de faixa.

No meu caso, não sei se é o padrão, ou se foi sorte,  peguei um avaliador super simpático, que foi bem correto durante o teste, inclusive camarada algumas vezes, como quando eu fui sair com o carro e engatei o drive ao invés da ré e ele me avisou antes do carro se mover, ao invés de esperar eu fazer a cagada para tirar algum ponto.

Ante de sairmos ele explicou que iríamos fazer um percurso de 20 minutos, com avenidas, ruas de bairro, passar perto de escolas e estacionar. Deixou bem claro que não haveria pegadinhas e que avisaria com tempo cada conversão a ser feita.

Eu segui o figurino, virava o pescoço mais que a menina do exorcista, para ambos os lados, respeitei os limites de velocidade e fiz um baliza de primeira (com um carro hatch num espaço para um S10 cabine dupla), que para meu espanto ele ficou impressionado. Depois com o tempo observando na rua dá pra perceber que realmente o povo aqui não consegue fazer baliza, ninguém daqui conseguiria estacionar na rua em São Paulo.. rsrs.

No final ele deu os parabéns, disse que pode perceber que eu dirigia  de maneira segura e que iria me passar. Mas ressaltou que eu esqueci de checar o ponto cego umas 3 vezes (isso porque eu virei a cabeça umas trocentas vezes).

Terminado o teste ele veio me falar sobre a paixão dele pela "seleção" do Brasil, de como ele adorava o futebol brasileiro e como estava empolgado com a Copa do Mundo. Foi bom que ele me deu a dica de onde assistir os jogos aqui no Canada, que estão sendo transmitidos pela CBC em inglês e francês.

Pontos de atenção para a prova:
Checar o ponto cego - isso é bem estranho para nós brasileiros, pois se fizéssemos isso no Brasil seríamos reprovados de primeira. Bom aqui não é Brasil e é assim que eles fazem. E devo dizer que, pelas últimas semanas que tenho dirigido por aqui essa checagem é realmente necessária. Como tem ciclista que adora andar no ponto cego do carro!

Respeitar as preferências - é meio óbvio numa prova de direção, mas para quem dirige há um certo tempo e não faz isso é bom tomar cuidado com o vício, porque aqui com certeza reprova.

Virar à esquerda em avenidas de mão dupla - também parece estranho para nós, mas é possível aqui. E vale, para isso, entender como funciona o semáforo aqui. Se ele estiver com a bola verde (como o do Brasil) você pode fazer a conversão à esquerda, desde que você tenha oportunidade de fazê-la de maneira segura. Caso esta bola verde esteja piscando ou tenha uma seta verde apontando para a esquerda aí você pode ir com fé porque a outra pista está com o sinal fechado para quem vem no sentido oposto. Agora caso, esteja com uma seta verde para frente, aí nada feito, espera até aparecer a bola verde. Parece confuso no início, mas depois você percebe que é bem intuitivo.

Carro automático - essa é uma diferença que pode fazer a diferença. Para quem nunca dirigiu um carro automático antes é bom se ambientar com um antes de fazer a prova, já que 90% dos carros aqui são automáticos. Em todo o caso você pode fazer a prova com um carro manual, basta arranjar um que esteja em condições. Aqui você faz a prova com seu carro ou um carro alugado de uma autoescola.

Arrêt - Esse também é importante. Aqui todo mundo para na placa de Arrêt (Pare), não é só diminuir a velocidade. Na prova então, precisar ser um parada completa, até o carro dar aquela estacadinha que te balança para frente. Aqui, nos cruzamentos ondem não tem sinal é comum ter uma placa de pare em todos os sentidos, e aí como fazer? Simples, quem chegou primeiro e parou primeiro, sai primeiro. É o mesmo princípio da rotatória no Brasil.

De resto não tem muito segredo mesmo, principalmente para quem já dirige. O principal é ficar calmo e conhecer as regras diferentes daqui. Acredito que uma aula de autoescola aqui pode ajudar para quem estiver inseguro, eu acabei não fazendo pois não tive nem tempo de marcar, como disse no post anterior, fiz a prova teórica na sexta e quando fui marcar a prática me deram uma data na segunda-feira seguinte.

Sobre o SAAQ só tenho a dizer que adorei a eficiência deles. Cerca de 10 dias depois de fazer a prova minha carteira chegou em casa e agora eu tenho um documento de identificação, enquanto meu cartão de residente permanente não chega.. hehe

Bom, é isso, outro post longo, espero que ajude. Qualquer dúvida é só falar.


À bientôt,

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Carteira de motorista - desmistificando o MITO!!! - parte 1: Demora

Olá pessoal,

O tempo está mesmo voando, lá se foi o primeiro mês e parece que quanto mais check damos na lista de coisas para fazer mais ela cresce! E a Copa do Mundo tá aí!! Eu lembro do dia que o Brasil foi escolhido para ser a sede dessa Copa, lá em 2007... pois é, demorou muito, mas chegou!

Bom vamos ao que interessa: o assunto do post, a tão temida carteira de motorista quebecois! Bom eu digo tão temida, porque foram inúmeros post que eu li antes de vir, várias pessoas falando sobre os principais erros dos imigrantes e várias histórias de lugares onde não fazer a prova, pois ninguém passa... e por aí vai.

(Adendo: Como tudo nesse blog, quero reforçar que essa é uma visão pessoal, baseada na nossa experiência aqui, ok?)

Dito isso, vou contar como foi o meu processo para trocar a carteira brasileira pela de cá para mostrar que - novamente na nossa visão - não há muito o que temer pois, o processo em si é muito simples, nem um pouco burocrático e a prova prática é beeeeem mais fácil que a do Brasil (falo de São Paulo, onde tirei minha habilitação no Brasil).

Vamos lá:

Mito 1: O processo todo é muito demorado (experiência: depende)

Eu sempre ouvi esse conselho de que devemos sempre iniciar o processo quanto antes porque demora muito. Em relação a começar cedo eu concordo. É melhor você iniciar esse processo logo, pois quem tem CNH no brasileira pode pedir aqui a 'troca' da carteira pela daqui do Quebec, mas esse processo tem que ser iniciado em até 6 meses que você está aqui. Por que isso vale a pena? Porque você não precisa fazer autoescola nem nada, apenas as provas teórica e prática e voilà. Mas se você perder esse prazo, aí vai ter que fazer tudo aqui como se fosse um adolescente de 16 anos tirando a carteira, ou seja, todas as aulas e tal e ainda por cima vai tirar uma carteira provisória semelhante a permissão de direção do Brasil, no primeiro ano. Então, mesmo que você não pretenda dirigir tão cedo aqui, vale a pena fazer logo o processo para não perder essa vantagem. Fora que fica muito mais barato do que pagar todas as aulas práticas...

Primeiro passo, fui até o consulado brasileiro pedir a tradução da CNH. Eles fazem esse serviço lá e atualmente custa pouco mais de CAD 18 . O problema é que sendo a segunda semana de maio, todo mundo tava tirando visto para ir pra Copa no Brasil, o que quer dizer que lá estava muito cheio, perdi algumas horas lá para fazer isso. Não sei se foi sazonal, mas a questão é que nisso eles me pediram o prazo de 3 semanas para fazer a tradução. Ok, bora fazer o segundo passo, ligar para a SAAQ (Société de l'Assurance Automobile du Quebec), equivalente ao Detran brasileiro - para marcar um horário para levar os documentos e dar entrada no processo, nesse mesmo dia você pode fazer a prova teórica inclusive.

Tudo certo, liguei lá e fui super bem atendido, e qual não foi a minha surpresa quando a moça da SAAQ me ofereceu para fazer o rendez-vous dois dias depois! Seria ótimo, mas sem tradução da carteira não adiantava, pedi para ela ver uma data mais para frente e ela me ofereceu 6 de junho. Perfeito, eu ia buscar a tradução na quarta, dia 4/6 então tranquilo. (Bom até aí, deu pra ver que eu não tive problemas com datas muito longas, não sei se foi o período do ano, só sei que não posso reclamar).

Então na sexta-feira passada eu fui lá, entreguei os documentos, fiz exame de vista no guichê deles mesmo, tirei foto tudo por lá mesmo, sem burocracia, só um pouco demorado, contando a 1h de prova teórica foram 3h de chá de cadeira. Terminada a prova teórica eles te dão a opção de marcar a prova prática lá mesmo ou depois, por telefone. Já que estava lá, peguei outra senha e esperei mais um pouco. Quando fui chamado outro susto, a moça do guichê virou e disse: - Tenho uma data para segunda feira, às 13h50, você quer? Imagina o susto, estava esperando algo para julho ou agosto, mas ela ofereceu para segunda-feira. Como não ia ter tempo de fazer nenhuma aula prática pelo menos perguntei o que ela tinha mais para frente. Aí sim ela disse, só em agosto. Ok, pode me dar a data de segunda que tá ótimo!

Resultado: na segunda fiz o teste, passei e a carteira deve chegar aqui em casa na semana que vem! Ou seja, dei entrada lá no dia 6 de junho e minha carteira deve chegar em casa até o dia 16 de junho. Detalhe: depois que você passa no teste eles te dão um papel que serve de carteira provisória até a sua chegar em casa, então na realidade o meu processo todo para a obtenção da carteira levou 4 dias corridos, com um final de semana no meio!

Óbvio que essa não é a regra, mas serve para mostrar que esta questão de data depende muito. Outro ponto interessante é que, depois que você pegou uma data você pode ligar lá várias vezes para tentar mudar, como muita gente muda a data para frente, você pode conseguir antecipar o seu também. Depende da sua persistência. O próprio SAAQ te recomenda isso.

Bom, o post ficou muito longo, então vou deixar para falar sobre o mito da dificuldade das provas num próximo post.

À bientôt,




sexta-feira, 30 de maio de 2014

Landing

Olá pessoal, desculpem-nos o sumiço, mas os primeiro dias em terras canadenses são realmente bem intensos! Há uma lista enorme de coisas para fazer e, com 2 crianças, o cronograma fica um pouco mais difícil de ajustar... mas graças a Deus, as coisas vão se acertando e com jeitinho e paciência dá para resolver a maioria delas.

Bom, hoje faz 25 dias que estamos aqui e parece que já são uns 5 meses... então tem bastante assunto para postar. Mas para facilitar a vida de quem tá buscando informação sobre todo o processo de imigração, resolvemos dividir os posts por temas. Como o título deste post indica, vamos falar do landing.

Não dá pra dizer que foi uma viagem simples... quase 300 kg de bagagem, as crianças e apenas 3 adultos não tinha muito como ser, mas pelo que poderia ser, até que foi fácil. Temos muito que agradecer a nossa família querida que nos ajudou muito nessa logística. Uma vez com as bagagens despachadas, o resto da viagem foi bem tranquila. Em Newark, quando tivemos que retirar as malas e despachar de novo, 10 dólares para o rapaz das malas resolveram nosso problema. Aliás, nos EUA nunca tivemos problemas quanto a isso, pelo contrário, pela nossa experiência, o pessoal sempre é muito simpático e solícito.

Bom, quanto ao landing em si, só posso dizer que foi muito mais tranquilo do que imaginávamos. Nada de salas apertadas, com cara de delegacia de seriado norte-americano, ou horas de espera... o processo foi super tranquilo.

Não sei se demos sorte por ter chegado numa segunda-feira, mas quando desembarcamos em Montreal, só tínhamos nós para fazer o processo de imigração. Você sai normalmente do voo, pega as malas e perto da saída uma oficial te indica para entrar a esquerda e se dirigir aos guichês. Lá outra oficial de imigração recebeu nossos documentos, fez algumas perguntas de praxe, bem semelhantes as que preenchemos nos formulários do processo federal e pediu o CSQ. Depois pediu para esperarmos um pouco enquanto eles arrumavam nossos documentos: os formulários de confirmação de imigração (documento importante, que vc deve guardar porque vai usar para tudo até chegar seu cartão de residente permanente).

O processo todo no final deve ter levado uns 40 minutos. O atendimento foi tranquilo, sério, mas nada pesado como acontece nos EUA dependendo do humor do oficial da alfândega. Eu digo que, para quem passou por todo o processo de imigração, essa não deve ser uma fase a se preocupar.

Na saída nós tínhamos contratado o serviço de airport pick up da empresa que nós alugamos a casa para ficar nos 2 primeiros meses. Para nós foi ótimo, pois marcamos com o cara dentro do aeroporto ele veio com um carro enorme (que por pouco quase não coube todas as malas) e já estava com a chave da casa, então nós saímos do aeroporto direto para dentro de casa.

Bom, acho que é isso, em breve posto mais sobre os primeiros dias...

À bientôt,
;)

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Chegamos!!!

Após 5 dias rodando por 3 estados brasileiros, 1 viagem de carro, 1 casamento e 4 vôos enfim chegamos em Montreal! Detalhe: com 10 volumes de bagagem, 2 crianças e minha querida sogra, que veio nos ajudar nessa primeira semana ;)

Como vocês devem imaginar as coisas estão bem corridas por esses dias, é muita coisa para resolver... compras de mercado (com duas crianças isso fica ainda mais necessário!), NAS, Assurance Maladie / Medicale, garderies para visitar... então, assim que der para dar uma respirada com mais calma faço um post para falar do landing e desses primeiros dias. Mas adianto que, graças a Deus, tem sido bem mais tranquilo do que eu imaginava!

Abs

terça-feira, 29 de abril de 2014

Garderies

Este certamente é um dos assuntos que mais preocupam aqueles que imigram com filhos pequenos. Nós lemos muito sobre o assunto em vários blogs, o que aliás foi uma de nossas principais fontes de informação, e por isso resolvemos compartilhar aqui um pouco da nossa experiência.

Este deverá ser apenas o primeiro de alguns posts sobre o assunto, uma vez que ainda estamos no Brasil e nossa experiência ainda se restringe a busca por uma garderie.

*Foto ilustrativa (Google Imagens)
Para começo de história, e para quem é novo no processo, garderie ou daycare é como se chamam as escolas para crianças em idade pré-escolar (*Tudo que estou falando aqui é fruto de pesquisa, caso tenha alguma informação incorreta ou incompleta por favor comuniquem e compartilhem a informação correta). No Quebec, as crianças começam a ir pra escola com 5 anos, mas nessa idade é facultativo, obrigatório mesmo só a partir dos 6 anos.

Daí, para quem trabalha e precisa deixar seu filho na "creche" existem as garderies. Existem alguns tipos de garderies, o mais popular e abundante são as 'garderies en milieu familial' ou creches em meio familiar. Essas são as mais fáceis de encontrar vaga. Normalmente consiste em uma educadora reconhecida pelo governo que recebe até 6 crianças em sua casa e cuida delas num período determinado, normalmente entre 7h e 17h30 mas esses horários variam de uma para outra. Bom, não temos nenhuma experiência ainda, como disse anteriormente, mas pelo que li e pelo que conversei com quem já mora no Quebec o problema desse sistema é que tudo depende da pessoa que vai cuidar do seu filho. Certamente existe muita gente competente e preparada que vai cuidar do seu filho com carinho e que irá utilizar um sistema pedagógico para o melhor desenvolvimento dele, mas também já ouvi história reais de pessoas que descobriram depois de um tempo que a "educadora" servia uma refeição balanceada para as crianças com o que sobrava na sua geladeira. Fica a critério de cada um, e como tudo no Quebec, se você tiver uma boa indicação, pode ser uma opção interessante.

Além dessas existem as CPEs, (Centre de la Petit Enfance) que são as garderies públicas. Essas são sempre bastante elogiadas e conseguir uma vaga nelas é sempre motivo de bastante alegria. Também não é para menos, normalmente as pessoas se inscrevem na lista de espera delas quando começam a pensar em engravidar (deu pra entender qual é o nível de dificuldade para se conseguir uma vaga?). Existem alguns critérios também que lhe dão prioridade na lista, como morar no bairro atendido pela escola, ter um filho já estudando lá também ajuda, mas nada que garanta menos de ano de espera (novamente, pelo que ouvimos falar).

Há também as garderies de "contribuição reduzida" que aparentemente são particulares, mas que recebem subsídios e cobram o preço da CPE, ou seja 7 dólares por dia. Essas também são bem difíceis de achar vaga, devido ao preço, e nós particularmente não achamos nenhuma com vaga este ano.

- Parênteses para falar de preço:
As garderies públicas tem esse preço de 7 dólares por dia para cobrir as refeições, que incluem uma refeição quente (almoço) e dois lanches (collations), as que são subsidiadas também cobram a mesma coisa. Já as de meio familiar e as privadas tem para todo o gosto (e bolsos). A mais cara que eu já vi, em Montreal, foi 70 dólares por dia.
Mas aí existe um detalhe bem importante que faz toda a diferença: você pode pedir um auxílio do governo para pagar a garderie privada do seu filho e dependendo da sua renda ele pode pagar até 75% do que exceder os 7 dólares por dia, limitado a 25 dólares por filho.

Voltando, agora vou falar do que optamos: as garderies privées. Não é a opção mais barata, mas é a opção que tem vaga e que nos sentimos mais seguros em deixar os meninos, até porque temos um de 3 anos e outro com menos de 6 meses, então não dá para ir trabalhar e deixar num lugar que num lugar no qual vamos ficar preocupados o tempo todo. Mas isso vai de cada um. 

Com isso em mente, focamos na busca por garderies privadas de até 40 dólares por dia. Assim conseguimos achar alguma opções com vagas para os dois (o que também foi outro fator dificultante, devido as faixas de idade diferentes) e já marcamos alguns rendez-vous para a semana que chegamos (que é a semana que vem!).
Então, quem sabe, na próxima semana teremos novidades para postar aqui sobre nossa experiência com mais esta etapa. E, se Deus quiser, com uma garderie para as crianças!

Alguns links importantes:

Ma Garderie - site que concentra milhares de garderies em Quebec. Ele tem avaliações, fotos, dados e o mais importante, ele te diz se tem vaga ou não. Ótima ferramenta de busca para quem tem filhos pequenos.

Benefícios e auxílio do governo Federal: aqui e aqui
Provincial: aqui

sábado, 12 de abril de 2014

Quem disse que é fácil?

Toda a mudança não é fácil. Mudar em si requer sempre que você saia de sua zona de conforto. E mesmo as pequenas mudanças muitas vezes geram angústia, inquietações, dúvidas. Se isso ocorre nas pequenas coisas da vida, imagine então o que não é imigrar
Para quem começa o processo agora, ainda vai passar por várias fases algumas de angústia, outras de esperança, muitas de dúvidas. É claro que isso varia muito de pessoa para pessoa, de processo para processo (o nosso então, que se arrastou por 2 anos e meio teve vários momentos desses, mas isto é assunto para outro post).

Eu e minha esposa até que lidamos bem com mudanças, nos últimos dois anos montamos e desmontamos 3 apartamentos por causa do processo. Mas não foi fácil. Até aí tudo bem, mas a coisa complica quando você tem filhos...
Graças a Deus, nossos pequenos tem aceitado bem toda essas mudanças, mas alguns efeitos acabam sendo visíveis. O mais velho, que já está próximo de completar 3 anos, já passou por 2 escolas, já morou em 2 cidades e 3 apartamentos diferentes e agora vai partir para um lugar onde não vão falar a língua dele com ele.
Penso que tudo na vida são experiências que servem para nos fazer crescer, nos fortalecer, mas ver seu filho perguntar para você: "quando vamos para casa, papai?", não é fácil. Explicar para ele então que ainda vamos rodar a casa de parentes por algumas semanas, e que vamos chegar numa casa em Montreal, mas mudar para outra 2 meses depois, muito menos. Mas quem disse que imigrar é fácil? Quem disse que seria mamão com açúcar conquistar o melhor para sua família? E isso porque ainda não estamos lá, com todas as dificuldades da adaptação que naturalmente devem aparecer e que todos que já passaram por essa fase podem dizer com muito mais propriedade.
Mas como eu disse, tudo serve como aprendizado. Se você ainda está no início do processo, só digo que tenha perseverança!

Se você tem filhos, não deixe de explicar, sempre, tudo para eles. Pode não parecer, mas eles entendem.
Imigrar é uma escolha, e como toda a escolha, vai levá-lo a abrir mãos de outras coisas, de outras possibilidades. Isso não é bom nem ruim, mas é preciso ter a consciência de que abrir mão das coisas é parte de vida e é essencial para abrir espaço para as novas que virão!
Não pretendo aqui ensinar ninguém a viver, lógico - quem sou eu pra isso?! Mas essa foi a nossa experiência. Muita gente acha que imigrar com 2 crianças (uma de 3 anos e outra de 4 meses) pode ser loucura. Mudar de país, de vida, ficar longe da família... Mas temos certeza de que mais pra frente, diante das oportunidades que eles terão, da segurança, da qualidade de vida tudo isso terá valido a pena.
Mas é isso, desculpem o desabafo e força para quem ainda no processo, que um dia o passaporte com os vistos chega!!!


terça-feira, 8 de abril de 2014

Quebec continua no Canadá... pelo menos por enquanto



















Para quem estava preocupado com esta eleição de abril e com a possibilidade do Quebec seguir a linha da Criméria, na Ucrânia, pode respirar mais aliviado. O partido liberal ganhou e uma ampla vantagem nessa eleição, conquistando 70 das 125 cadeiras na assembleia nacional e elegendo o primeiro ministro.

Ainda não conheço amplamente o sistema político do Quebec para compreender (e muito menos tentar explicar) o significado dessa derrota do partido separatista Parti Québécois, mas pelo visto parece que a população não está tão disposta a defender uma bandeira de independência assim e, com o aumento dos imigrantes, acho que isso tende a se intensificar.

Para quem quiser se informar sobre o assunto, essa matéria da The Economist é bem interessante:



sexta-feira, 4 de abril de 2014

Falta só 1 mês!

Hoje falta apenas 1 mês para embarcarmos! São tantos os preparativos, estamos na correria. 
Já vendemos os móveis, a mudança sai segunda. Aí vamos ficar esse ultimo mês acampados na casa de parentes, aproveitando para se despedir. Mas ainda nem terminamos nossas malas, não sei como vamos conseguir colocar toda uma vida em apenas 8 volumes!! Vai ser um desafio e tanto.
Precisamos fechar o seguro saúde, provavelmente será o GTA que tem um plano Prata que é bem em conta, tipo menos de mil reais para uma família de 4 pessoas. Sobre nossas passagens, vamos de United com escala em Newark. Conseguimos por 25.000 pontos pelo TAM Fidelidade. Foi por Deus, conseguirmos tão barato assim e bem na data que queríamos dia 04 de Maio. Compramos no final de Fevereiro e tivemos que ligar, pois pelo site não dá para comprar passagens com pontos para Montreal.
Pelo menos já resolvemos nossa chegada lá. Reservamos um apartamento mobiliado para passarmos os primeiros dois meses, considerando mudar em 1 de Julho, que dizem ser a principal data para contratos de aluguel. Sobre o apto, alugamos um de 1 quarto super bem localizado, a apenas 2 quadras do metro. Fechamos com o Studio Meuble, eles são bem organizados, podemos efetuar o deposito de reserva pelo Paypal. O apartamento tem tudo só precisamos levar nossas malas, tem desde utensílios de cozinha ate internet. Eles também disponibilizam um serviço de buscar no aeroporto, como vamos chegar com 2 crianças e muitas malas achamos muito boa essa opção. E como o motorista é da própria empresa ele já vai estar com as chaves do apartamento, assim fica bem mais pratico e tranquilo. Depois que chegarmos lá contamos o que achamos do serviço e do apto.
Ah acho que é isso, agora falta pouco, to contando os dias!


segunda-feira, 31 de março de 2014

Começando pelo fim...

Esse título pode parecer estranho, mas é assim que começa nosso blog.
Diferente da maioria dos imigrantes, que iniciam suas postagens e trocas de experiência na blogosfera durante o processo - que até há pouco tempo era tão demorado e angustiante - nós resolvemos começar pelo final do processo. Sim, graças a Deus depois de 2 anos  e meio de espera nós finalmente temos nossos vistos em mãos e começamos agora essa longa jornada, mudando de País, em busca de segurança, qualidade de vida e novas oportunidades, mas também de alguns valores que para nós são muito caros, como a confiança nas pessoas e o respeito ao outro.
Não cremos em acaso, mas em propósito de Deus para nossas vidas. O tempo e percalços do caminho nos fortaleceram e nos deram bagagem. Agora esperamos poder cumprir esse propósito lá, nas terras geladas do Canadá.
Hoje, último dia de trabalho no Brasil e o primeiro dos preparativos finais para essa nova vida.