quarta-feira, 18 de junho de 2014

Carteira de motorista - desmistificando o MITO!!! - parte 2: Dificuldade da prova

Bonjour mes amis,

Continuando o tema da carteira de motorista, vamos ao segundo mito que, para mim ficou mais claro que é realmente um mito: a dificuldade das provas, principalmente a prática.

Mito 2: A prova é difícil de passar (experiência: nem um pouco)

Prova teórica
Não tem nenhum segredo, é uma prova simples, com questões de múltipla escolha feitas diretamente no computador. A prova pode ser feita tanto em francês, como em inglês, você escolhe no próprio computador em que fará a prova e, o melhor, você pode mudar de um para o outro no meio da prova. Isso ajuda muito quando você não entende bem aquela palavra como "embreagem" que em inglês aparece como "clutch, mas em francês é "embrayage". Aí fica mamão-com-açúcar... rsrs

Bom a prova não tem segredo e nem pegadinhas, mas é necessário estudar um pouco, principalmente placas e os semáforos que são diferentes do Brasil. De resto, as questões são meio óbvias e basta você ter em mente que a resposta certa será sempre a que indicar o comportamento mais seguro.

A prova é dividida em 3 partes, as duas primeiras com 16 questões, onde você pode errar até 4 e a terceira com 30 questões e a possibilidade de errar até 8. Caso você não passe em algumas das etapas, não tem problema, você pode fazer as outras e, passando, remarca o teste para fazer apenas a parte em que não conseguiu o número de acertos necessários.

Para se preparar para a prova, eles indicam dois livros. Você pode comprar, pegar emprestado, ou mesmo pegar numa biblioteca. Acho válido, mas eu não utilizei nenhum deles. O que eu fiz foi o simulado da prova teórica disponibilizado pelo próprio SAAQ. Esse eu recomendo fortemente, pois as questão são praticamente as mesmas que caem na prova, e ele te dá toda a explicação da resposta correta. É como estudar para prova de matemática com lista de exercícios.. rsrs

Prova prática
Essa é o terror de muita gente. Bom, para quem já dirige há algum tempo (como é o caso da maioria dos imigrantes) não tem muito segredo também. Algumas pessoas se apegam aquela experiência terrível dos 18 anos tirando carteira no Brasil  projetam para cá... Calma, lembre-se, você não tem mais 18 anos já faz algum tempo e aqui não tem aquele velho esquema de pagar para passar (pelo menos nunca vi nem ouvi falar, já no Brasil me lembro bem do cara da autoescola falar na minha cara que ninguém passa de primeira sem "adiantar um". Num paguei e passei, mané).

Aqui o avaliador simplesmente quer saber se você dirige de forma segura para os padrões deles e isso inclui, além das diferenças de sinalizações, o famoso 'shoulder check" que consiste olhar para trás mesmo, por cima dos ombros, para checar o ponto cego do carro toda vez que você for fazer qualquer conversão, inclusive mudança de faixa.

No meu caso, não sei se é o padrão, ou se foi sorte,  peguei um avaliador super simpático, que foi bem correto durante o teste, inclusive camarada algumas vezes, como quando eu fui sair com o carro e engatei o drive ao invés da ré e ele me avisou antes do carro se mover, ao invés de esperar eu fazer a cagada para tirar algum ponto.

Ante de sairmos ele explicou que iríamos fazer um percurso de 20 minutos, com avenidas, ruas de bairro, passar perto de escolas e estacionar. Deixou bem claro que não haveria pegadinhas e que avisaria com tempo cada conversão a ser feita.

Eu segui o figurino, virava o pescoço mais que a menina do exorcista, para ambos os lados, respeitei os limites de velocidade e fiz um baliza de primeira (com um carro hatch num espaço para um S10 cabine dupla), que para meu espanto ele ficou impressionado. Depois com o tempo observando na rua dá pra perceber que realmente o povo aqui não consegue fazer baliza, ninguém daqui conseguiria estacionar na rua em São Paulo.. rsrs.

No final ele deu os parabéns, disse que pode perceber que eu dirigia  de maneira segura e que iria me passar. Mas ressaltou que eu esqueci de checar o ponto cego umas 3 vezes (isso porque eu virei a cabeça umas trocentas vezes).

Terminado o teste ele veio me falar sobre a paixão dele pela "seleção" do Brasil, de como ele adorava o futebol brasileiro e como estava empolgado com a Copa do Mundo. Foi bom que ele me deu a dica de onde assistir os jogos aqui no Canada, que estão sendo transmitidos pela CBC em inglês e francês.

Pontos de atenção para a prova:
Checar o ponto cego - isso é bem estranho para nós brasileiros, pois se fizéssemos isso no Brasil seríamos reprovados de primeira. Bom aqui não é Brasil e é assim que eles fazem. E devo dizer que, pelas últimas semanas que tenho dirigido por aqui essa checagem é realmente necessária. Como tem ciclista que adora andar no ponto cego do carro!

Respeitar as preferências - é meio óbvio numa prova de direção, mas para quem dirige há um certo tempo e não faz isso é bom tomar cuidado com o vício, porque aqui com certeza reprova.

Virar à esquerda em avenidas de mão dupla - também parece estranho para nós, mas é possível aqui. E vale, para isso, entender como funciona o semáforo aqui. Se ele estiver com a bola verde (como o do Brasil) você pode fazer a conversão à esquerda, desde que você tenha oportunidade de fazê-la de maneira segura. Caso esta bola verde esteja piscando ou tenha uma seta verde apontando para a esquerda aí você pode ir com fé porque a outra pista está com o sinal fechado para quem vem no sentido oposto. Agora caso, esteja com uma seta verde para frente, aí nada feito, espera até aparecer a bola verde. Parece confuso no início, mas depois você percebe que é bem intuitivo.

Carro automático - essa é uma diferença que pode fazer a diferença. Para quem nunca dirigiu um carro automático antes é bom se ambientar com um antes de fazer a prova, já que 90% dos carros aqui são automáticos. Em todo o caso você pode fazer a prova com um carro manual, basta arranjar um que esteja em condições. Aqui você faz a prova com seu carro ou um carro alugado de uma autoescola.

Arrêt - Esse também é importante. Aqui todo mundo para na placa de Arrêt (Pare), não é só diminuir a velocidade. Na prova então, precisar ser um parada completa, até o carro dar aquela estacadinha que te balança para frente. Aqui, nos cruzamentos ondem não tem sinal é comum ter uma placa de pare em todos os sentidos, e aí como fazer? Simples, quem chegou primeiro e parou primeiro, sai primeiro. É o mesmo princípio da rotatória no Brasil.

De resto não tem muito segredo mesmo, principalmente para quem já dirige. O principal é ficar calmo e conhecer as regras diferentes daqui. Acredito que uma aula de autoescola aqui pode ajudar para quem estiver inseguro, eu acabei não fazendo pois não tive nem tempo de marcar, como disse no post anterior, fiz a prova teórica na sexta e quando fui marcar a prática me deram uma data na segunda-feira seguinte.

Sobre o SAAQ só tenho a dizer que adorei a eficiência deles. Cerca de 10 dias depois de fazer a prova minha carteira chegou em casa e agora eu tenho um documento de identificação, enquanto meu cartão de residente permanente não chega.. hehe

Bom, é isso, outro post longo, espero que ajude. Qualquer dúvida é só falar.


À bientôt,

3 comentários:

  1. Nossa ! Muito legal mesmo! Como funciona o processo de renovação?

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  2. Nossa ! Muito legal mesmo! Como funciona o processo de renovação?

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    1. Olá Ucrâmbuco! O processo é bem simples também. Quando você faz a 'troca' da carteira pela daqui ela vale como uma carteira normal, então são quatro anos. No site do SAAQ eu não consegui encontrar a informação se é preciso fazer alguma coisa como exames de vista (como no Brasil), mas sei que aqui, para manter a carteira você tem que pagar uma taxa todo o ano, na data do seu aniversário. É só pagar no prazo e tá tudo certo. Hoje tá por volta de CAD 90 por ano, mas isso se vc não tiver pontos na carteira por multas, porque aí o preço sobe... rsrs
      Aqui está o link caso queira dar uma olhada...
      http://www.saaq.gouv.qc.ca/en/driver_licence/licence_cost_2014.php

      Abs

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