sábado, 12 de abril de 2014

Quem disse que é fácil?

Toda a mudança não é fácil. Mudar em si requer sempre que você saia de sua zona de conforto. E mesmo as pequenas mudanças muitas vezes geram angústia, inquietações, dúvidas. Se isso ocorre nas pequenas coisas da vida, imagine então o que não é imigrar
Para quem começa o processo agora, ainda vai passar por várias fases algumas de angústia, outras de esperança, muitas de dúvidas. É claro que isso varia muito de pessoa para pessoa, de processo para processo (o nosso então, que se arrastou por 2 anos e meio teve vários momentos desses, mas isto é assunto para outro post).

Eu e minha esposa até que lidamos bem com mudanças, nos últimos dois anos montamos e desmontamos 3 apartamentos por causa do processo. Mas não foi fácil. Até aí tudo bem, mas a coisa complica quando você tem filhos...
Graças a Deus, nossos pequenos tem aceitado bem toda essas mudanças, mas alguns efeitos acabam sendo visíveis. O mais velho, que já está próximo de completar 3 anos, já passou por 2 escolas, já morou em 2 cidades e 3 apartamentos diferentes e agora vai partir para um lugar onde não vão falar a língua dele com ele.
Penso que tudo na vida são experiências que servem para nos fazer crescer, nos fortalecer, mas ver seu filho perguntar para você: "quando vamos para casa, papai?", não é fácil. Explicar para ele então que ainda vamos rodar a casa de parentes por algumas semanas, e que vamos chegar numa casa em Montreal, mas mudar para outra 2 meses depois, muito menos. Mas quem disse que imigrar é fácil? Quem disse que seria mamão com açúcar conquistar o melhor para sua família? E isso porque ainda não estamos lá, com todas as dificuldades da adaptação que naturalmente devem aparecer e que todos que já passaram por essa fase podem dizer com muito mais propriedade.
Mas como eu disse, tudo serve como aprendizado. Se você ainda está no início do processo, só digo que tenha perseverança!

Se você tem filhos, não deixe de explicar, sempre, tudo para eles. Pode não parecer, mas eles entendem.
Imigrar é uma escolha, e como toda a escolha, vai levá-lo a abrir mãos de outras coisas, de outras possibilidades. Isso não é bom nem ruim, mas é preciso ter a consciência de que abrir mão das coisas é parte de vida e é essencial para abrir espaço para as novas que virão!
Não pretendo aqui ensinar ninguém a viver, lógico - quem sou eu pra isso?! Mas essa foi a nossa experiência. Muita gente acha que imigrar com 2 crianças (uma de 3 anos e outra de 4 meses) pode ser loucura. Mudar de país, de vida, ficar longe da família... Mas temos certeza de que mais pra frente, diante das oportunidades que eles terão, da segurança, da qualidade de vida tudo isso terá valido a pena.
Mas é isso, desculpem o desabafo e força para quem ainda no processo, que um dia o passaporte com os vistos chega!!!


2 comentários:

  1. Inspirador, Douglas. A jornada apenas se inicia .. (ou ainda quase) e já há tantos aprendizados!! Ficamos daqui, acompanhando, torcendo, sentindo saudades e, acima de tudo, compartilhando com vcs desta alegria. Grande beijo e abraço e certeza de que estã no caminho certo, independente do que venha. Boa Viagem. Estaremos sempre aqui, juntos. Cecil

    ResponderExcluir
  2. Sei como é, já passei por isso. Mas vou deixar uma dica. Para crianças, mais do que o espaço físico, a casa é onde ele tem as coisinhas dele. Faça um kit minha casa para o mais velho com: a toalha dele, a roupa de cama, e os brinquedos com os quais ele se conecta (incluindo pelúcia), e alguns objetos decorativos. Mesmo na casa de parentes ou na moradia temporaria, ou na casa nova, arrume a cama dele com a o lençol dele, os brinquedos ou bichinhos, use a toalha dele, etc... Isso vai fazer ele ter sempre a casinha dele, mesmo que móvel. Boa sorte.

    ResponderExcluir